31 outubro 2012

O outro dia, ao deambular pela blogosfera campomaiorense...



O outro dia, ao deambular pela blogosfera campomaiorense, deparei-me com uma opinião sobre Bibliotecas um pouco desfasada da realidade e com a qual não concordo, redundantemente. Porquê? Passo a explicar.


Nós, enquanto seres dotados de raciocínio e, por vezes, de bom senso, opinamos. E digo, afirmo, subscrevo: É bom opinar. É bom possuir sentido crítico. Sobretudo, o construtivo. Ainda que, às vezes e em certos momentos, o destrutivo também é necessário.


Neste sentido, vou opinar. O assunto é relacionado com um comentário ao “post” que li sobre “Cultura de Massas”, onde menciona um tema, infelizmente esquecido, mas que me-é intrínseca e extrinsecamente familiar – Biblioteca(s). 


Tal como foi enunciado em tal comentário, sou contra o seu encerramento, aqui e em qualquer lugar. É uma ideia negativa. Diria mais, fechar uma instituição deste cariz seria uma atitude irresponsável e um erro crasso.


A meu ver, o grande problema neste e noutros casos é a falta de visão, é a falta de conhecimento(s), além de uma grande falta de responsabilidade social. Porquê?


Esta instituição não é uma instituição qualquer. É uma instituição sem fins lucrativos. Oferece Informação, Cultura, Educação e Lazer. Por isso, é uma instituição que, apesar de não ser rendível no plano financeiro, no plano cultural oferece “lucro intelectual”, ou ao menos informacional. Se não for a curto ou médio prazo, há-de ser, com certeza absoluta, a longo prazo e isso poderá ter reflexos daqui a uns anos na forma como os seus “habitantes” verão a sua envolvente local, regional, nacional e global. Qual Aldeia Global?


Esta instituição bem estruturada e bem enquadrada numa qualquer comunidade é uma mais-valia, é uma Opção de Grandeza Cultural, quer para a população estudantil quer para a população em geral, ou seja, aos jovens e aos menos jovens.


Pode até ser considerada uma GOP – Grande Opção de Promoção… das políticas culturais de qualquer concelho, de qualquer autarquia, de qualquer governo. Porém, para possuir e dar valências à comunidade onde se insere, e tornar-se ela própria uma valência, tem de seguir uma política de dinamização cultural bem estruturada e bem planeada, conjugando eficientemente recursos humanos, materiais e financeiros.


Contudo, existe outro pequeno grande problema – compreender o conceito de Biblioteca na e da actualidade.


Apesar de ter o livro e a estante como “pais biológicos”, esta organização vai muito além deste paradigma. Este paradigma engloba inúmeros aspectos, desde o próprio utilizador até aos produtos e serviços oferecidos, os quais dotam a sociedade de aptidões e competências capazes de observar o mundo com outro olhar, um novo olhar!


Portanto, uma Biblioteca não só contribui para a alfabetização (uma das principais missões da Biblioteca Pública), como também dota os cidadãos com conhecimentos, oferece o poder das ideias e dos ideais, e oferece, também, a pedagogia da literacia e o que ela disponibiliza. E, por isso, tem como grande objectivo promover a leitura e a literacia aos novos e menos novos.


E assim, para finalizar a minha ideia, aponto uma nota de rodapé – para quem tiver curiosidade sobre as missões de uma Biblioteca Pública, é favor pesquisar sobre “Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas”, assinado em 1994.


Sublinho, em 1994!


Por tudo isto e sob o lema “É possível um mundo melhor”, afirmo, com certeza, “É possível uma Biblioteca melhor”. Aqui e em qualquer lugar…


Bem hajam e Boas Bibliotecas… que é como quem diz: Boas Leituras!